Durante o Fórum Empresarial do Brics, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, revelou que o bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul está considerando a criação de uma moeda de reserva internacional, apoiada por uma cesta diversificada de divisas do grupo.
Embora os detalhes adicionais sobre a proposta não tenham sido apresentados, essa iniciativa surge em meio aos esforços de potências ocidentais para restringir Moscou do sistema financeiro global, em resposta à guerra na Ucrânia.
Para fortalecer a independência financeira, Putin enfatizou que o Sistema Russo de Mensagens Financeiras (SPFS) está aberto para os bancos do Brics. Essa rede, criada pelo Banco da Rússia, atua como uma alternativa ao Swift, que excluiu o país. Ele destacou que, juntamente com os parceiros do Brics, estão desenvolvendo mecanismos confiáveis para compensações internacionais.
Além disso, Putin ressaltou os esforços para mitigar os efeitos das sanções ocidentais e fortalecer as relações comerciais com aliados. Ele argumentou que a política macroeconômica russa tem mostrado sua eficácia, e a indústria já começa a mostrar sinais de estabilização.
O líder russo também mencionou a ampliação das atividades de empresas de tecnologia russas na Índia e África do Sul, bem como a transmissão televisiva por satélite que beneficia até 40 milhões de brasileiros.
Em seu discurso, Putin criticou a recusa do Ocidente em aderir aos princípios básicos da economia de mercado, livre-comércio e inviolabilidade da propriedade privada, classificando suas políticas macroeconômicas como irresponsáveis, devido à emissão descontrolada e acúmulo de dívidas sem garantias. Para enfrentar esse cenário desafiador, ele enfatizou a importância de o Brics buscar soluções conjuntas e estratégicas para o desenvolvimento econômico.
